Fundação e objectivos

O trabalho da Comissão Promotora

A fundação do Colégio foi obra duma Comissão de eclesiásticos e leigos que reuniu, pela primeira vez, em Roma, nos aposentos dos Viscondes da Pesqueira, para criar um Colégio Português destinado à formação de clérigos “tanto do Reino como do Ultramar”. Além dos Viscondes, o Senhor Luís Maria de Sousa Rebelo Vahia e esposa D. Maria Adelaide Pinto da Silva, desta Comissão faziam parte: D. António José de Sousa Barroso (então Bispo de Meliapor e depois Bispo do Porto); Mons. José de Oliveira Machado (Reitor de Santo António dos Portugueses); o Cavaleiro António Braz; e os padres estigmatinos italianos Gui Guzzatti e Ricardo Tabarelli. Decidiram que nenhum aluno seria admitido sem autorização do bispo próprio; que os primeiros alunos seriam recebidos gratuitamente; e que o director do Colégio seria o Padre Tabarelli.

Dias depois D. António Barroso falou do projecto ao Papa Leão XIII, que recebeu os Viscondes (18.7.1898) e dia 22 de Janeiro de 1899 o Cardeal Secretário de Estado escrevia à Comissão Promotora exortando a avançar com o projecto. Com o apoio da Santa Sé, a Comissão procurou a anuência dos Bispos Portugueses e do próprio Rei para obter a erecção canónica que só viria a ser concedida no dia 20 de Outubro de 1900.

 

A abertura do Colégio

Na expectativa da criação do Colégio, já em Novembro de 1898, um núcleo de 4 alunos portugueses reuniu-se nas instalações de Santo António dos Portugueses; porém, o Colégio Português como tal só começou a sua actividade com o ano escolar 1899-1900, abrindo no dia 11 de Novembro de 1899, há precisamente 103 anos. Iniciou com 12 alunos portugueses e a sua primeira sede foi a Casina de Rafael, no jardim da "Villa Borghese" em Roma. A missa inaugural foi celebrada por D. Teotónio Vieira Ribeiro de Castro, Bispo de Meliapor, que consagrou o Colégio ao Sagrado Coração de Jesus, sob a indicação da Beata Maria do Divino Coração.

A direcção da casa foi confiada aos Padres Estigmatinos e, a partir de Janeiro, a Mons. José de Oliveira Machado que assegurou a direcção do Colégio até ser escolhido e nomeado oficialmente pela Santa Sé o primeiro Reitor do Colégio na pessoa do ilustre sacerdote italiano Mons. Tiago Sinibaldi, que a seguir viria a ser bispo Secretário da Congregação dos Seminários.

 

Erecção Canónica do Colégio

Em resposta ao pedido dos Viscondes da Pesqueira, no dia 20 de Outubro de 1900, o Papa Leão XIII, com a Bula “Rei Catholicae apud Lusitanos”, erigiu canonicamente o Colégio Português em Roma, aduzindo as seguintes motivações e determinando a sua finalidade: “… para maior glória de Deus, para aumento da Religião Católica, para esplendor e utilidade do ínclito Reino de Portugal, pelas presentes Letras, fundamos e constituímos em Roma, sob a nossa autoridade e tutela e dos Nossos Sucessores, o Colégio Eclesiástico Português e queremos que goze dos mesmos privilégios de que gozam os outros Colégios Pontifícios Eclesiásticos de Roma. Para manifestar mais claramente a nossa benevolência para com o Povo Lusitano ... é Nossa resolução provê-lo a expensas Nossas, de um edifício apropriado”.

Os viscondes foram os grandes benfeitores do Colégio, comprometendo-se perante o Papa Leão XIII a dotar o Colégio de 1000 liras mensais durante a vida e o capital para assegurar in perpetuum a mesma renda, promessa que viriam a executar no dia 26 de Julho de 1919.

Pela ligação à família Pesqueira e por ter feito notar a urgência da formação do clero português, a Beata Maria do Divino Coração de Jesus (Maria Droste zu Vischering), grande mística alemã e promotora da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, está de algum modo ligada à fundação do Colégio.

Nova sede do Colégio na Via Nicoló V

O Papa Leão XIII concedeu magnanimamente ao Colégio o uso do Palácio Alberini situado na via Banco Santo Spirito. Foi neste edifício, propriedade da Santa Sé, que o Colégio funcionou até final do ano lectivo 1973-1974.

O Papa Paulo VI, generosamente, oficializou a dádiva do Palácio Alberini aos Bispos Portugueses para sede do Colégio. Assim, obtida a propriedade do edifício, achou-se por bem vender-se o antigo no dia 16 de Março de 1973 e, com o produto da venda e a ajuda da arquidiocese de Colónia, construir-se um novo, para o qual já o Papa Paulo VI, no dia 13 de Maio de 1967, em Fátima, tinha benzido a primeira pedra.

A nova sede do Colégio abriu no dia 20 de Outubro de 1975, apenas com seis alunos. Também, nesse mesmo ano, no dia 4 de Outubro de 1975, começaram a trabalhar no Colégio as beneméritas Irmãs da Congregação das Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, substituindo a Congregação das Irmãs de S. José (de Chambéry) que desde 1938 até 1974 tão dedicadamente serviram na antiga sede do Colégio.

 

Finalidade do Colégio

O Colégio Português foi fundado para alojar clérigos que de Portugal ou de outras nações são designados e enviados pelos seus bispos ou superiores para realizar estudos superiores eclesiásticos, completando a sua formação junto da Cátedra de Pedro e aproveitando os meios excepcionais que a Cidade Eterna lhes oferece.

O Pontifício Colégio Português depende da Santa Sé e do Episcopado Português, sendo o Reitor nomeado pela Santa Sé através da Congregação da Educação Católica sob proposta dos Bispos de Portugal. Por sua vez o Vice Reitor ou outros responsáveis do Colégio são nomeados pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e com o conhecimento da Santa Sé.

O Colégio é uma pessoa jurídica reconhecida pelo Estado Italiano com Decreto do Chefe do Estado e está legalmente inscrito no Registo das Pessoas Jurídicas do Tribunal de Roma, com data de 22 de Julho de 1987. O Reitor do Colégio é também o seu representante legal.

Para representar os Bispos de Portugal junto do Colégio e para zelar os interesses deste no seio da Conferência Episcopal Portuguesa foi designado o Presidente da CEP e o seu Conselho Permanente.